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As Alergias oculares ou conjuntivites alérgicas são inflamações por reações alérgicas que acometem os olhos ou estruturas próximas aos olhos, como as pálpebras. Elas podem ocorrer quando há exposição a alérgenos, que são substâncias que podem desencadear alergias, como ácaros, mofo, poeira, medicamentos, produtos de beleza, solventes, agrotóxicos e inseticidas, etc.). São muito comuns, ocorrendo mais em crianças.

Os olhos podem apresentar coceira, hiperemia (vermelhidão), lacrimejamento, visão borrada, sensação de areia, inchaço na região palpebral e sensibilidade a luz. O sintoma mais freqüente da alergia ocular é a coceira, que em geral é intensa. A forma alérgica NÃO é contagiosa, ou seja, não passa de pessoa para pessoa. A forma infecciosa, ao contrário, transmite facilmente entre as pessoas.

Os pacientes com história familiar de alergia apresentam maior chances de desenvolver este tipo de conjuntivite. Geralmente vem associada a doenças como asma, rinite e alergia de pele, mas também pode aparecer de forma isolada.

Tipos:
- Conjuntivite Alérgica Sazonal (Febre do feno);
- Conjuntivite Alérgica Perene;
- Conjuntivite Vernal;
- Conjuntivite Atópica;
- Conjuntivite Papilar Gigante.

O quadro e características são diferentes em cada tipo, devemos identificá-lo para tratamento otimizado.

O tratamento é realizado com colírios específicos e em alguns casos com medicações orais. Em alguns casos deve ser feito acompanhamento médico juntamente com alergologista. Cada caso deverá ser avaliado individualmente, a fim de escolher o tratamento mais apropriado para o paciente. Alergias não tratadas podem causar danos à visão, como cicatrizes, ceratocone e redução da visão e da qualidade de vida. É importante o controlar a exposição e acompanhar com oftalmologista.

A catarata é a doença na qual o cristalino (lente natural do olho) fica opaco e perde sua transparência. Com isso o paciente pode ficar com a visão embaçada, perder o contraste, alteração contínua da refração (grau dos óculos), maior sensibilidade à luz, pode ver halos em torno de luzes, dentre outros sintomas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente a população idosa.

A catarata é uma doença multifatorial e pode ser congênita ou adquirida. A causa mais comum da catarata é o envelhecimento do cristalino que ocorre pela idade. Porém também pode estar associado a doenças sistêmicas, (ex. Diabetes Mellitus), oculares (ex. uveíte), tabagismo, alcoolismo, secundária ao uso de certos medicamentos (ex. corticóides) ou a trauma ocular.

Algumas medidas preventivas podem ser realizadas visando reduzir alguns fatores de risco para o desenvolvimento da catarata. Reduzir o tabagismo proteger-se contra a radiação ultravioleta (principalmente UVB) e traumas, controlar o Diabetes Mellitus, e evitar o uso de corticóides são cuidados que podem ser eficazes na prevenção da catarata.

O único tratamento eficaz para a catarata é a cirurgia, estando indicado quando há comprometimento visual. A lente natural opaca é removida e substituída por uma lente artificial transparente, chamada de lente intraocular. O nome do procedimento é facectomia com implante de lente intraocular. A cirurgia de catarata é a cirurgia mais realizada na oftalmologia, sendo uma técnica cirúrgica que evoluiu muito nas últimas décadas.

A retinopatia diabética é a manifestação do Diabetes nos vasos sanguíneos da retina, com crescimento anormal e irregular dos vasos, podendo haver sangramentos dentro do olho, tração e descolamento da retina. A retina é a estrutura interna do olho, uma das maiores responsáveis pela visão.

A falta de controle do Diabetes piora progressivamente o quadro da Retinopatia diabética, que se não for tratada, leva à perda total e irreversível da visão. A Retinopatia diabética é uma das causas mais comuns de cegueira no mundo.

No início, pode não haver sintomas, mas, com a evolução do quadro, ocorre uma diminuição gradativa da visão.

O diagnóstico e acompanhamento são feitos por exames oftalmológicos, como Mapeamento de retina + Tomografia de coerência óptica (OCT) de mácula + Retinografia + Angiofluoresceinografia.

A retinopatia diabética deverá ser acompanhada por um especialista em retina e a depender do quadro, o tratamento oftalmológico deve ser realizado de imediato. Os possíveis tratamentos são a fotocoagulação a laser e, em alguns casos, a aplicação intravítrea de antiangiogênico para reduzir os vasos anormais. Nos casos mais graves é indicado o procedimento cirúrgico com Vitrectomia posterior via pars plana.

Acompanhamento oftalmológico + controle rigoroso da glicemia retardam o aparecimento do problema ou diminuem sua gravidade, sendo fundamentais para maiores chances de manutenção da visão.

Conjuntivite é o nome dado a todo tipo de inflamação da conjuntiva.

A conjuntiva é uma fina membrana transparente que recobre a região frontal do globo ocular e a parte interna das pálpebras superior e inferior.

As conjuntivites são causadas por agentes tóxicos, alergias, bactérias ou vírus. Outras causas de conjuntivites são: auto-imune, associada ao olho seco, conjuntivite química (após uso de algumas medicações ou colírios) e associada a doenças oculares.

A conjuntivite viral, por exemplo, é altamente contagiosa, frequente no verão, e apesar de não ser grave, provoca muitos sintomas e alguns cuidados devem ser tomados por sua grande capacidade de contaminar outras pessoas e se espalhar de forma rápida.

O contágio acontece pelo contato direto com a secreção ocular da pessoa doente ou objetos contaminados. Esta contaminação ocorre com maior facilidade em ambientes fechados como escolas, creches e ônibus.

Sintomas

Os principais sintomas da conjuntivite são:

- Olho vermelho;

- Lacrimejamento;

- Inchaço nas pálpebras;

- Visão embaçada;

- Intolerância à luz;

Tratamento

O tratamento depende da causa da conjuntivite. Portanto, é de fundamental importância o acompanhamento do oftalmologista para um diagnóstico preciso e tratamento adequado. Tanto os quadros virais quanto os bacterianos geralmente melhoram sem deixar sequelas, mas em algumas situações a inflamação pode causar lesão na córnea com redução de acuidade visual. Portanto, o tratamento errado ou tardio pode causar um grande comprometimento da visão.

Como evitar a propagação da conjuntivite infecciosa:

- Lave suas mãos com frequência e não coloque as mãos nos olhos;

- Evite coçar os olhos para diminuir a irritação na região;

- Evite a exposição a agentes irritantes (fumaça) e/ou alérgenos (pólen) que podem causar a conjuntivite;

- Lave as mãos antes e depois do uso de colírios ou pomadas;

- Ao usar, não encoste o frasco do colírio ou da pomada no olho;

- Não compartilhar lençóis, toalhas, travesseiros e outros objetos de uso pessoal de quem está com conjuntivite;

- Evitar piscinas e outros locais com aglomeração.

Os erros de refração são os problemas visuais mais comuns. A Refração é um fenômeno que acontece quando o feixe de luz de um ambiente externo atravessa o globo ocular e chega até a retina para a formação de uma imagem que será enviada ao cérebro. Os erros refrativos acontecem quando os feixes de luz são desviados e não chegam com nitidez à retina.

Sintomas

Podem apresentar desconforto nos olhos, dificuldade para focalizar objetos, dificuldade de leitura, dores de cabeça. Dependendo do erro refrativo, o paciente poderá sentir dificuldade de enxergar de perto e/ou de longe.

Miopia:

A miopia ocorre geralmente quando o olho é mais longo do que o normal, o que faz com que a imagem captada seja focada antes da retina. Para uma pessoa míope, objetos próximos são nítidos, mas objetos distantes tornam-se mais embaçados.

Hipermetropia:

Na visão hipermétrope, a córnea é muito plana ou o olho é menor do que o normal, fazendo com que a imagem captada seja focada depois da retina, provocando distorção das imagens de perto. Se a hipermetropia por mais elevada, pode também ocorrer dificuldade para enxergar de longe.

Astigmatismo:

Na visão com astigmatismo, a córnea tem um formato irregular e apresenta ângulos diferentes, fazendo com que a imagem captada seja focada em vários pontos da retina, provocando distorção das imagens de longe e de perto.

Presbiopia:

Também chamada de vista cansada e costuma manifestar-se após 40 anos. Acontece quando o cristalino (lente natural do olho) envelhece naturalmente, torna-se menos flexível e começa a perder a sua capacidade de focar objetos de perto. Portanto, ocorre uma redução gradativa da visão para perto, fazendo com que as pessoas afastem os objetos do olho para enxergar melhor.

Geralmente, os erros refrativos podem ser corrigidos provisoriamente com uso de óculos ou lentes de contato. Para eliminação definitiva das falhas de refração é realizada a cirurgia refrativa. O candidato à cirurgia refrativa, deve estar sem alteração de grau há pelo menos um ano, ter idade superior a 18 anos e apresentar córneas saudáveis, que serão avaliadas pelo oftalmologista por meio do exame clínico e exames pré-operatórios.

O Descolamento de Retina é uma grave doença causada pela separação da retina da parede posterior do olho, ficando assim, sem nutrição e iniciando um processo de degeneração das células. Sem o tratamento adequado, essa degeneração pode ser permanente e evoluir para a perda da visão e cegueira. A retina é uma camada do fundo do olho que possui um importante papel na visão. É composta por células nervosas responsáveis em formar a imagem, a qual é levada pelo nervo do olho até o cérebro, onde a visão é formada.

Tipos de descolamento de retina

1. Descolamento de retina regmatogênico

Pode ser secundário a uma rasgadura de retina permitindo que vítreo (fluido que preenche o globo ocular) passe por esta rasgadura e se acumule atrás da retina, descolando-a. É o tipo mais comum de descolamento de retina. Pode ocorrer espontaneamente ou por trauma. Se uma rasgadura ou buraco de retina for diagnosticado, pode ser feito o tratamento com fotocoagulação a laser ao redor da lesão, evitando-se o descolamento de retina.

2. Descolamento de retina exsudativo

Não há a presença de rasgadura de retina. O líquido que se acumula abaixo da retina vem do próprio organismo da pessoa. As causas mais comuns são tumores e processos inflamatórios.

3. Descolamento de retina tracional

Este tipo de descolamento geralmente ocorre devido a tração exercido sobre a retina. A causa mais comum nestes casos é a Retinopatia diabética, que é a manifestação do diabetes no fundo do olho. Na Retinopatia diabética há a formação de vasos sanguíneos anormais no fundo de olho e um tecido fibroso que exercem tração na retina, descolando-a. O descolamento de retina tracional também pode ser causada por traumatismos perfurantes, processos inflamatórios, retinopatia da prematuridade, retinopatia falciforme, oclusão da veia central da retina, e qualquer outra doença ocular que possa formar sobre a retina esse tecido fibrovascular.

Sintomas

- Percepção de moscas volantes

- Visão embaçada

- Perda súbita da visão

- Flashes de luzes

- Mancha negra de um dos lados da visão, como uma “cortina negra”

Fatores de risco

- Alto grau de miopia

- Histórico familiar de retina descolada

- Trauma nos olhos, face ou cabeça

- Cirurgia anterior de catarata

- Diabetes mellitus

- Tumores

- Processos inflamatórios

Alguns exames para diagnóstico de descolamento de retina são: mapeamento de retina, ultrassonografia ocular e tomografia de coerência óptica.

O tratamento adequado depende do tipo de descolamento e varia de acordo com a extensão e gravidade do descolamento de retina. No caso do descolamento de retina regmatogênico, por exemplo, quando há apenas uma rasgadura na retina com uma pequena infiltração de líquido abaixo da retina, o tratamento à laser ao redor da lesão pode ser suficiente. No entanto, quando a retina já está descolada, o tratamento é cirúrgico e deve ser realizado com urgência para que haja um melhor prognóstico visual.

O hordéolo (o popular “terçol”) é um edema agudo localizado na pálpebra que pode ser interno ou externo, ocorrendo por inflamação e infecção, próximo aos cílios. A infecção ocorre por bactérias da pele do indivíduo que fazem parte da flora bacteriana da grande maioria das pessoas, não tendo, portanto, perigo de contágio. Apesar de não representarem gravidade, os hordéolos, geralmente, são dolorosos e duram cerca de 7 a 10 dias, se externos, ou várias semanas, se internos.

Pode surgir em qualquer idade, são comuns em crianças e adolescentes devido alterações hormonais. Apresentam como sintomas: dor, inchaço na pálpebra, lacrimejamento, vermelhidão e desconforto ao piscar.

O diagnóstico é realizado na lâmpada de fenda, durante exame oftalmológico.

O tratamento é feito com compressas mornas e higiene dos cílios e, em alguns casos, colírios e pomadas. Quadros muito intensos e com várias áreas da pálpebra acometidas devem ser acompanhados com maior regularidade e antibióticos orais devem ser instituídos em casos selecionados, como em crianças e idosos. Em alguns casos a drenagem cirúrgica é realizada. O uso de lentes de contato deve ser suspenso durante o quadro.

As moscas na visão ou moscas volantes são pequenos pontos ou manchas escuras no campo de visão, devido a um processo chamado descolamento do vítreo. O vítreo é um fluido gelatinoso e transparente que preenche a maior parte do globo ocular e ajuda a manter a forma do olho.

O processo de descolamento do vítreo é fisiológico, sendo a idade uma das causas mais comuns. O paciente percebe manchas ou pontos pretos na visão que mudam de posição com a movimentação do olho. As manchas podem ser pequenas ou grandes, ter formato linear ou circular, ou ainda um formato irregular.

As moscas volantes podem ficar mais evidentes em momentos de estresse ou quando estamos muito cansados. Para os pacientes com moscas volantes, é recomendado que seja feito o exame de Mapeamento de retina, já que quando o vítreo se separa da retina, em alguns olhos, pode haver uma rasgadura na retina que pode desencadear o descolamento de retina. Os sinais de alerta para possíveis danos na retina, são: aumento súbito da quantidade de moscas, presença de flashes de luz e turvação da visão (nos casos de sangramento). Uma vez detectado a rasgadura da retina, o tratamento com fotocoagulação a laser deve ser realizado o mais breve possível para que nã haja evolução para o descolamento de retina.

Em geral, as moscas volantes não necessitam de tratamento. Algumas delas podem permanecer no campo de visão, porém muitas desaparecem com o tempo, deixando de incomodar. O procedimento cirúrgico pode ser considerado no caso de opacidades densas.

A Síndrome do Olho Seco é uma doença muito comum que altera a produção e/ou a qualidade das lágrimas, provocando o ressecamento do olho, da conjuntiva e da córnea. As lágrimas contêm vitaminas, minerais, proteínas e lipídios, protegendo a superfície ocular das infeções e toxinas do meio ambiente. A Síndrome do Olho Seco está associada a diversas causas e geralmente acomete os dois olhos.

Os pacientes podem apresentar sintomas como sensação de corpo estranho, ardência, coceira, visão borrada que melhora com o piscar, lacrimejamento, aumento da secreção ocular, desconforto com a leitura e podem perceber vermelhidão nos olhos. Esses sintomas também podem aparecer acompanhados de visão turva, principalmente no final do dia. A variação na intensidade dos sintomas depende da gravidade da doença.

Fatores associados ao aparecimento de olho seco:

- Idade, já que há uma diminuição na produção de lágrima em pacientes mais idosos

- Alergia ocular

- Menopausa e uso de anticoncepcionais

- Doenças reumatológicas

- Ambiente: ar-condicionado, fumaça, vento, clima seco

- Blefarite

- Uso inadequado das lentes de contato

- Pessoas que leem muito ou ficam muito tempo em frente ao computador diminuem a quantidade de vezes que piscam e podem apresentar olho seco

- Medicamentos: o uso de descongestionantes, anti-histamínicos, anticoncepcionais, diuréticos, anti-hipertensivos e antidepressivos podem causar diminuição na produção lacrimal.

O diagnóstico da Síndrome do Olho Seco é clínico, ou seja, realizado em consulta com o oftalmologista, que poderá identificar a gravidade da doença e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente. É importante que o paciente relate cuidadosamente os sintomas, pois quanto mais cedo o tratamento iniciar, mais chances de evitar lesões oculares. Sem o tratamento adequado, podem ocorrer algumas complicações, como a ceratite.

Os principais tratamentos envolvem mudanças ambientais para minimizar o desconforto do paciente e uso de lágrimas artificiais (colírios que simulam lágrimas para hidratação dos olhos). Em alguns casos pode ser necessário a utilização de anti-inflamatórios. Para casos que não respondem aos colírios mencionados, utilizamos de outros tratamentos para controle do quadro.

O pterígeo é a popular “carne nos olhos”. A conjuntiva é um tecido transparente que recobre a esclera, a parte branca do olho. Quando esse tecido cresce sobre a córnea, leva o nome de pterígio. Se não invade a córnea, chama-se pinguécula.

O pterígeo pode ocorrer por algumas causas: hereditariedade, exposição excessiva a agentes externos como poluição, ar condicionado ou exposição solar sem óculos com proteção UV.

Os sintomas podem variar da seguinte forma: sem sintomas, sensação de areia, ardência, ressecamento ocular, distorções visuais, além de incômodo estético, e, em casos avançados, redução da visão por ocluir o eixo visual.

O pterígeo é benigno. O uso de lubrificantes é usado para alívio de sintomas, mas para a correção efetiva é necessária intervenção cirúrgica. Durante a cirurgia, o tecido que começou a recobrir a córnea é retirado totalmente. Quando necessário, é retirada uma parte da conjuntiva de outra área do olho para substituir a conjuntiva que foi removida juntamente com o pterígeo. As técnicas cirúrgicas evoluiram muito, reduzindo o risco de recidiva. Atualmente é feita com autotransplante de conjuntiva + cola biológica, sem a necessidade de dar pontos ou suturas.

A Oclusão Venosa da Retina (OVR) é uma das causas mais comuns de cegueira por doença vascular da retina. É uma doença na qual ocorre a obstrução das veias da retina. O sangue com oxigênio que chega aos olhos pelas artérias são drenados pelas veias. Quando ocorre a oclusão, o sangue que chega na retina pela artéria não é drenado, pois a veia esta obstruída. Sendo assim, este começa a extravasar para dentro do retina gerando sangramento e “inchaço” do tecido retiniano, ocasionando diminuição da visão quando há o acometimento da mácula, região central da visão localizada no fundo do olho.

A oclusão venosa pode se apresentar em dois tipos: a Oclusão de Ramo da Veia da Retina (ORVR), que ocorre quando um ramo da veia central da retina responsável pela drenagem de determinada região da retina foi ocluído e Oclusão da Veia Central da Retina (OVCR), que ocorre quando a veia central é ocluída.

Os sintomas associados são: visão turva, manchas no campo visual e perda súbita de visão.

Os fatores de risco para a oclusão venosa da retina são: aterosclerose, diabetes, pressão arterial alta (hipertensão arterial), problemas de coagulação sanguínea, alterações cardíacas, processos inflamatórios ou infecciosos e outras condições oculares, como glaucoma. Apresenta maior incidência em pacientes maiores que 60 anos.

Para se obter um diagnóstico preciso é necessário a avaliação oftalmológica com um especialista em Retina. Alguns dos exames podem auxiliar no diagnóstico: mapeamento de retina, angiofluoresceinografia de retina e a tomografia de coerência óptica.

O tratamento pode ser feito com injeções intraoculares e/ou fotocoagulação a laser. As injeções podem ser com anti-angiogênicos (Lucentis® ou Eylia®) ou com corticóides (Ozurdex®), que tratam o inchaço na região da mácula, que é o centro da visão. A fotocoagulação a laser da retina pode ser indicada nos quadros de falta de oxigenação da retina com formação de vasos sanguíneos defeituosos.

A DMRI (Degeneração macular relacionada à idade) é uma doença que acomete a retina, levando ao processo de degeneração da mácula, região responsável pela visão central. É uma das causas mais comuns de cegueira e ocorre geralmente em pacientes maiores que 60 anos, ficando cada vez mais prevalente em nosso meio com o envelhecimento da população.

Os fatores de risco são: história familiar de DMRI, idade avançada, raça branca, exposição excessiva à radiação solar, obesidade, tabagismo, dieta rica em gorduras, dentre outros. Portanto, algumas medidas podem ajudar na prevenção: diminuição da ingestão de gordura, manutenção da pressão arterial controlada e aumento da ingestão de alimentos antioxidantes como vegetais de folha verde e peixes.

Tipos de de DMRI:

- Forma seca (drusas ou atrofia geográfica): Acomete 90% dos casos, sendo considerada a forma mais branda, na qual os pacientes geralmente permanecem com boa acuidade visual. Nestes pacientes há a presença de drusas no fundo do olho. As drusas são lesões de coloração amarelada (formada por restos celulares) que se depositam no fundo do olho.

- Forma exsudativa (úmida ou molhada): Responde por 10% dos casos e é o tipo mais agressivo, porém quando não tratada, é responsável por 90% dos casos de cegueira legal causados pela DMRI. É caracterizada pelo surgimento de vasos sanguíneos anormais no fundo do olho. Esses vasos extravasam sangue e fluidos na mácula, desorganizando esse tecido retiniano e ocasionando perda rápida e, muitas vezes, irreversível da visão.

Sintomas:

- Na forma seca da doença, o paciente pode ser assintomático, pode perceber a diminuição da sensibilidade ao contraste e ter alguma dificuldade com a leitura e escrita.

- Com a evolução da doença para a forma exsudativa, a visão torna-se borrada, e as linhas retas começam a ficar deformadas. Por fim, uma mancha vai se formando na visão central.

O diagnóstico é realizado pelo exame de mapeamento de retina, durante consulta oftalmológica, e com exames complementares como a Retinografia Colorida, Angiofluoresceinografia e a Tomografia de Coerência Óptica (OCT), que tem importância fundamental no diagnóstico, classificação, tratamento e prognóstico da doença.

O tratamento da forma seca inclui a prescrição de polivitamínicos específicos a base de Luteína, Zeaxantina e Ômega 3, visando evitar a progressão da doença para a forma úmida, qué a mais grave.

No estudo multicêntrico “Age-Related Eye Disease Study (AREDS)” o uso diário de antioxidantes específicos reduziu de forma significativa a progressão da DMRI para formas mais avançadas em um período de 5 anos, reduzindo o risco de perda visual moderada. Porém, nem todos os pacientes com DMRI apresentam indicação deste tratamento. Essa conduta será decidida pelo médico oftalmologista a depender do quadro apresentado.

O tratamento da forma úmida envolve a injeção intra-ocular de anti-angiogênicos, que reduzem a proliferação de vasos sanguíneos e visa a recuperação da visão central. Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores são as chances de a doença ser diagnosticada e tratada. Quanto antes o tratamento for iniciado, maiores as chances de melhora da visão central e de diminuição da progressão da doença.